/* */ Cor Sem Fim: Eu perguntei, seBENTA respondeu

Eu perguntei, seBENTA respondeu


Paulecas, 44 anos. "seBENTA"

Para começar, precisei de acalmar o ânimo todo que tinha em cima depois de uma entrevista com gente nova. Mas afinal não foi necessário.

Apesar de serem mais velhos, os seBENTA são tão divertidos como os Eu Fúria. E a conversa foi bastante agradável.

Começámos pela pergunta da praxe: três palavras que os definam.

Verdade.
Fé.
Resistência.

E não puderam resistir a acrescentar "bom humor".


Esta gente também já foi pequenina

Os primeiros concertos a que foram, foram todos de gente "icónica". Jamiroquai para o André, Motorhead para o Paulecas, Pink Floyd para o Galrão e Megadeath para o Rúben.

E brinquedos de infância também foram alguns clássicos. O Rúben foi instantâneo na resposta: "o pião!". Seguiu-se o Paulecas com um helicóptero telecomandado e o Galrão com o seu carro de rolamentos (e o Paulecas diz que também adorava carros de rolamentos). Já o André relembrou um set de walkie talkies (que apanhavam frequências dos rádios e assim e eram muito fixes).

Quanto às suas formações, Paulecas aprendeu por ele mesmo. Considera-se autodidata, apesar de desde os 3 anos ter estado no Colégio Luso Suíço, onde a disciplina de música era muito acentuada. Teve, também, uma professora de canto. Mas diz isto nunca em tom de convencido, acrescentando que a maior formação que teve foi evoluindo de estrada para estrada, de rua para rua.  O André é formado em Marketing. E o Galrão diz que é formado em generalidades. Já o Rúben diz que estudou Jazz durante algum tempo, mas a maior parte das coisas foram aprendidas por vontade própria, estudando muito em casa. 

Ruben Gomes, 34 anos. "Guarda o teu coração. (frase bíblica)"
Qual é a vossa música vossa preferida?

É muito difícil de definir uma música favorita. Por isso, o Rúben não conseguiu distinguir uma. Num esforço árduo de escolher as "suas crianças" preferidas, o André escolhe a "Agora, o silêncio necessário". O Ricardo escolheu a "Ácida Picante", uma música do álbum que foi liberado online na passada sexta-feira. Já Paulecas, na impossibilidade de se ficar só por uma, escolheu a "Em Espera" e a "Balas de Prata". Explica que não são necessariamente as mais conhecidas ou as melhores, mas são as que o enchem em termos de composição e são músicas que o marcaram.

Já tinham estado montes de vezes em Portalegre: tanto a tocar como sem ser a tocar. Não há nenhuma cidade que o Paulecas não goste. Tocaram no CAEP, espaço que acham espectacular, com uma qualidade de som e de captação boa. MAS acha que as pessoas em Portalegre têm que vir mais aos espetáculos. Da última vez que cá tinham estado, à mesma hora que desta vez, a Quina estava mais cheia.  Considera que temos das melhores agendas culturais e que estamos a desperdiçar boas oportunidades. Vieram para divulgar o álbum (foi um concerto promocional) e, tal como todos os outros concertos na Quina, os preços são acessíveis. "O português gosta de sofrer: se os bilhetes forem caros, as pessoas pensam logo que são coisas boas."

Artistas, públicos e sítios

Tirando o público de Lisboa, o André diz que o público de Viseu o surpreendeu. Foi um marco, uma experiência muito interessante tendo em conta o sítio. Foi, outra vez, uma escolha difícil: todos os públicos lhes agradam. Não há preferência entre públicos grandes ou pequenos, espaços abertos ou fechados. "Ambas as duas" são boas. E acrescentam que Lisboa este ano tem excedido as expectativas.

Quando pedi um top 3, foram ditos uma carrada de sítios:

Wembley!
Royal Albert Hall (toda a gente quer...)
Quarteira!
Coliseu!
Samouco!! (diz o Paulecas, porque diz que gosta do nome Samouco)
E Red Rocks!

Vá... Não foram uma carrada... Foram só 6...

André Fadista, 31 anos
De seguida perguntei por um artista morto ou vivo com quem gostariam de tocar por uma noite. Disse ao Paulecas que o filho dele o tinha escolhido ao que ele respondeu que "é sempre um prazer tocar com o meu filho". Mas gostaria também de tocar com o Bono e o Dave Grohl. Galrão escolheu os Queen (Freddy Mercury, claro) e com o guitarrista dos ACDC (agora adivinhem qual dos Young é...). André gostava de tocar com o Josh Homme (dos Queen....s Of The Stone Age) e, também, com o Dave Grohl. E o Rúben? Claro que gostaria de tocar com os Alice in Chains, mas a resposta seguinte é que foi a mais carinhosa: "E com os meus companheiros de banda porque tenho crescido imenso com eles". Por eles a entrevista tinha terminado ali, mas eu ainda tinha mais umas perguntas para fazer.

Junto ao mar, campo ou cidade?
Na lua por exemplo! Ou então junto ao mar. Mas se pudessem mesmo: era dentro de um avião! É unânime.

E se ficassem com uma só música encravada no rádio do carro? The Pretender dos Foo Fighters foi a escolhida pelo André. Aces High dos Iron Maiden para o Galrão. Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me dos U2 para o Rúben. E para o Paulecas? Tinha que ser um duplo CD: U2 + Foo Fighters.

Frutas ou vegetais? O André prefere as frutas. O Rúben e o Galrão os vegetais. E o Paulecas? Os dois.

Com isto tudo fica a faltar uma frase que os marque. O André não escolheu nenhuma. Todas as outras, encontram-se por baixo de cada fotografia.

Ah, e sem cachê? Têm preços mais acessíveis enquanto estão a promover o álbum. Depois... é como todos os artistas.

Ricardo Galrão, 29 anos. "Façam o favor de serem felizes."







Sem comentários:

Enviar um comentário