/* */ Cor Sem Fim: Eu perguntei, Country Playground respondeu

Eu perguntei, Country Playground respondeu

Rodrigo Cavalheiro começou este projecto [Country Playground] ao qual se juntou Fernando Silva. Cresceram e deixaram de ser um projecto, passando a ser uma banda. Continuam a ter os seus empregos: Fernando é professor universitário no Instituto Politécnico de Leiria (sabiam que o vosso professor tem uma banda?), dando aulas no departamento de Engenharia Informática, e Rodrigo é chef de cozinha, especializado em cozinha italiana. 

Se é complicado gerir o tempo? É. Rodrigo diz que, como o seu emprego é muito intenso à hora de almoço e muito intenso à hora de jantar, é sair do restaurante e ir para a sala de ensaios durante a tarde, quase todos os dias.

Born a Lion e o Rodrigo

Conhecidos internacionalmente, com três discos em dez anos, pararam em 2014 para poderem compor um álbum com muita tranquilidade. "A gente precisou de morrer para poder renascer" diz o Rodrigo que é esta a frase certa para a situação actual dos Born a Lion.


Públicos... Um assunto que deu pano para mangas!

Não têm preferência entre públicos grandes ou pequenos. Todos os concertos são dados com a mesma intensidade, seja para uma ou para cem pessoas. Ainda assim, Fernando diz que "é claro que gostamos de tocar para uma casa cheia". Já Rodrigo acrescenta que "Tocar ao vivo é A cena" e Fernando concorda. "Eu [Fernando] comecei a tocar com a minha primeira banda aos 13 anos. Tocar ao vivo para outras pessoas é estimulante. É como surfar."

Gostam muito do que fazem. Juntaram-se para tocar e correu bem. Não acontece com toda a gente. Há pessoas que, mesmo conhecendo-as há anos, não há química.

Relativamente a um público que os tenha marcado assim mais, Rodrigo diz que ainda não tocaram para um público selectivo, diferente, nem muito intenso nem pouco intenso. Country Playground ainda não teve um público muiiiiiiiiito grande.

No entanto, não tanto em termos de público, mas em termos da ocasião, da circunstância, do espectáculo, Fernando relembrou algumas actuações com carinho como a do Teatro José Lúcio da Silva em Leiria com um bom arranjo de imagem; o primeiro concerto que deram em que só tiveram mês e meio de ensaios; a do Teatro Miguel Franco com a banda Twin Transistors (cujo um dos membros, Nuno Dionísio, esteve presente também na entrevista e que vão lançar um álbum novo este ano), que encheu a sala (Rodrigo concordou que esse foi um concerto fixe porque foi solidário, para ajudar a instituição Inpulsar. A Inpulsar é uma associação em Leiria que é a única associação que trata dos sem abrigo. Country Playground ofereceu o concerto a esta instituição e Fernando diz que adorou esse público e esse concerto. Foi logo após virem de Lisboa e tiveram óptimas condições técnicas.); e ainda o Sabotage em Lisboa. Ainda assim, o Rodrigo reforça que todos tiveram a mesma intensidade.


Já tinham estado em Portalegre? Rodrigo sim. Fernando não. Rodrigo estivera cá em Maio de 2007 com os Born a Lion.

Foram sempre todos impecáveis, todos os receberam sempre bem. Mas em termos de público (eles não queriam mesmo (não dá para pôr um duplo sublinhado?) fugir à questão e acabaram por reforçar este ponto quantas vezes foi possível) teve sempre a mesma intensidade para os dois.

Primeiro concerto juntos, como foi?

"BUÉ intenso", diz o Rodrigo. "Bateria + Guitarra. O que irá acontecer?" Correu tão bem que continuaram.

Onde gostariam de tocar?

Foram imediatíssimos na resposta. "Em todo o lado" (óbvio). Tive que puxar um bocadinho "Mas vá... assim um top 3!". Rodrigo fez-me o favor: NewPort Folk Festival, algures em Nashville, Topanga Canyon (entre a Califórnia (onde também referiu que gostaria de tocar) e o México).


Primeiro concerto, primeira memória musical...

"Fugazi (banda de Nova Iorque), punk rock, parecido a Black Flag. Cidade Londrina, Paraná, Brasil, 1994. Fiquei maluco com a vida.", diz o Rodrigo.
"Xutos&Pontapés (concerto do qual ele nos contou a história) em 1998, tinha eu 12 anos. E Guns N'Roses em 1992 em Alvalade.", diz Fernando. No final do concerto dos Xutos, falou com com o Zé Pedro, o Tim e o Kalú. Falaram imenso e eles deram-lhe autógrafos.

Flui tudo tão bem que nem lhes passa pela cabeça separarem-se. Três palavras que os definam? Rock and Roll. Música preferida? É como escolher um filho. Todas as músicas têm significado. Rodrigo diz "A coisa vem e a gente escreve". Não há favoritas.

"A gente sente a música, não planeia. As coisas fluem consoante as canções.", diz o Rodrigo.

Quando compõem não pretendem nada. Dá a entender que as coisas são muito naturais entre eles. Cada um solta o que lhe vai na alma e assim fazem uma música. Como Fernando diz, não definem um estilo. Rodrigo diz que quando fazem uma coisa, fazem por fazer, não é uma coisa rígida. (Caso para dizer que o processo de criação é como a música do Frozen "Let it go, let it goooooooo". Nem acredito que estou a comparar senhores do Rock a um filme de animação...)


"Ele [Fernando] solta um riff, eu [Rodrigo] solto uma malha, e começamos a fluir, a fluir, a fluir... e começamos a escrever." Parece fácil? Quando encontramos as pessoas certas, tudo é mais fácil.

E quanto a cantar em português? Não é uma opção agora.


Depois da entrevista, foi aguardar pelo concerto. Começaram um pouco mais tarde do que o que eu estava a espera, mas valeu a pena. Aprendi um pouco mais com isto tudo. Eles foram muito simpáticos, deram conselhos para futuras entrevistas e divertimo-nos todos imenso. Afinal, a malta do Rock é toda super calorosa. Um obrigada pela oportunidade que me deram e obrigada por terem entrado na onda desta entrevista!



"Espero que entendas o verdadeiro sentido do rock n'roll." - Rodrigo, antes de eu sair para os ver actuar.

Sem comentários:

Enviar um comentário