/* */ Cor Sem Fim: Eu perguntei, David Pessoa respondeu

Eu perguntei, David Pessoa respondeu

Numa entrevista surpresa, em que nada estava planeado, estive à conversa com este Pessoa (36 anos) tão querido e simpático (obrigada Fernando Piçarra pela sugestão!). 

David foi arquitecto durante 7 anos e é músico (em part time) há 20. Há 3 anos desistiu da arquitectura e dedicou-se a este seu sonho musical. Este disco vem neste seguimento. O D. já passou pelo reggae, pelo hip hop, pelo soul, pelo funaná (tem uma banda de funaná) e este disco é um resumo disso tudo. Considera-se versátil, optimista (ele é muito risonho) e sincero.

Um concerto que o marcou foi o do Portugal ao Vivo em 1993, no estádio Alvalade. Sabem o que era? Era um conjunto de concertos só com bandas portuguesas (Sétima Legião, Xutos&Pontapés, por aí). Mas aposto que estava muito mais calmo do que no primeiro concerto que deu, em que era só nervos por todo o lado. Não sabe ao certo quando foi a primeira vez que pisou um palco, pois em pequeno já tinha acompanhado o pai (que toca guitarra portuguesa). Acompanhá-lo "deu-lhe muita escola". A primeira vez que subiu com banda foi nos Estados Unidos, onde esteve 3 anos, com uma banda onde ele era o baterista. Agora já não toca bateria. Diz que "tem a mania que canta", é cantautor e toca guitarra.

Tinha uma raquete de ténis com a qual fingia tocar guitarra, antes de ter uma. Já tinha tocado com os The Black Mamba (este foi o segundo show; antes tinham estado em Pombal. Para mais concertos ver aqui). Gostava de tocar no Coliseu dos Recreios, no Royal Albert Hall e no Olympia. Ah! E num festival grande como o Super Bock Super Rock (olhá dica). Gosta tanto de públicos grandes como pequenos: um pela energia, outro pela proximidade. No fundo gosta é de tocar

"Homens Assim", música que canta com o Tatanka, é uma que ele destaca do seu disco: fala sobre a falta de referências humanas de hoje em dia. Em tom de menção (ou quase crítica) esta música refere que faltam pessoas que defendem os ideiais com a própria vida (como Mandela e Gandhi), que marcaram a cultura, a política, a música. É um disco biográfico e chama-se "Fazer-me à sorte". É um projecto a solo, em que só canta em português (já cantou em inglês no seu projecto de reggae, onde cantou com o Gentleman). e achou que esta era a altura adequada para seguir este caminho, resumindo assim tudo aquilo por onde passou com banda. Obviamente esta aventura nunca é a solo, pois é um trabalho que envolve produtores e músicos.


Gostou do público de Portalegre. Tem uma costela alentejana (da parte da mãe) e outra transmontana (da parte do pai), mas é de Lisboa. Sempre viveu com estas duas realidades tão próximas e tão distantes ao mesmo tempo, o que o leva a ser mais adaptável e ter outras influências que nem toda a gente tem. Para ele, Portugal não é só Lisboa e Porto, o resto do mapa também conta (apesar de os alentejanos serem mais difíceis de se dar). Gosta tanto de frutas como vegetais, especialmente de alho francês, ervilhas e, o seu favorito, favas (citando José Cid). Ainda pensei que também citasse as bananas do mesmo cantor, mas não tem uma fruta preferida.


"Vamos para a frente que para trás vem gente!"

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